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Marinhos
Marinhos

A comunidade quilombola de Marinhos está situada no distrito de São José do Paraopeba, que faz parte do município de Brumadinho. Está localizada há 26 Km da sede do município e a 62 Km de Belo Horizonte. A comunidade quilombola de Marinhos abriga aproximadamente 80 famílias.

A comunidade Quilombola de Marinhos, nasceu da necessidade de duas viúvas que eram parentes do senhor Antônio Cambão (líder comunitário), que não tinham como se sustentar. Daí surge, em 1980, o grupo de roça “Quem planta e cria, tem alegria”, para que pudesse utilizar da agricultura como forma de sustento. Existem poucas informações acerca da história local, essa lacuna de informação se deve a recusa dos moradores mais antigos em falar sobre o passado. Com a construção da linha férrea para o transporte de lenha, gado e leite, sendo esses dois últimos itens importantes da atividades econômica da região. Uma hipótese para a origem do nome da comunidade tem ligação com a linha de trem, que segundo relato de moradores presentes nas reuniões, Marinho era o nome do engenheiro responsável pela construção.

Marinhos possui uma igreja dedicada a Nossa Senhora da Conceição, uma escola municipal e um posto de saúde, serviços esses que são utilizados não só pelos seus moradores, como também por residentes de comunidades vizinhas como Rodrigues, Ribeirão, Colégio, entre outras. A escola de Marinhos oferece ensino do 2º ao 5º ano para estudantes da comunidade e de localidades vizinhas. A partir daí os alunos passam a

estudar em outras escolas localizadas nas adjacências, a saber: distrito de Aranha (6º ao 9º ano) e Melo Franco (Ensino Médio). No distrito de São José do Paraopeba há a oferta de educação infantil e na sede do município de Brumadinho, Ensino Superior.A escola já recebia tratamento destinado a uma instituição de ensino quilombola por terem classes de alunos provenientes da Comunidade Quilombola do Sapé. Esse reconhecimento implica no recebimento de benefícios, como mais recursos do governo federal a serem aplicados na merenda escolar, como também na formação de professores. Um sistema de transporte escolar leva as crianças para as escolas que ficam, no máximo, uma hora dentro na condução.

Alguns moradores ligados ao Grupo de Roça comercializam em pequena escala produtos como feijão, fubá e doces, entre outros. Os empregadores que absorvem a mão de obra da comunidade são: os proprietários rurais do entorno, o Instituto Inhotim, a Prefeitura Municipal de Brumadinho, a empresa Vale do Rio Doce e a fábrica de blocos pré-moldados. Existe na comunidade há mais ou menos trinta anos, um grupo de mulheres artesãs denominado Grupo Verde Marinho, que também é responsável pela geração de renda na comercialização de seus produtos.

A comunidade atendimento médicos que ocorrem duas vezes por semana, conta com coleta de lixo domiciliar 3 (três) vezes por semana, há uma linha de ônibus com apenas 3 (três) horários para saída da comunidade e mais 3 (três) para o retorno.

A comunidade quilombola de Marinhos é bastante festiva. Grande parte das celebrações são em homenagem a santos.

Possui várias associações que atendem as comunidades, essas são:

Comunitária de Moradores e Amigos de Marinhos – Com grande atuação no local, é a ligação entre a comunidade e a Prefeitura Municipal de Brumadinho, demais órgãos, comunidades do entorno e parceiros como o Instituto Inhotim. É responsável pela organização de diversas atividades agregadoras dos membros da comunidade como a Quadrilha, o Festival da Canção, assim como a marca “Mulata que Planta”, que comercializa doces, fubá, arroz e milho. Promove, ainda, em parceria com o “Mova Brasil”, o curso de alfabetização de jovens e adultos (EJA). Essa organização é vista pelos moradores como a “voz da comunidade”.

Associação Água Cristalina 2000 – Iniciada em 2000 pelos padres da Congregação dos Sagrados Corações, em parceria com os moradores, a Associação – que até hoje é responsável pela gestão do serviço - montou uma rede de fornecimento de água limpa a baixo custo para 8 (oito) comunidades, entre elas: Sapé, Marinhos, Rodrigues, Ribeirão e Lagoa.

Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito – Desempenha um papel fundamental na manutenção da identidade da comunidade. Responsável pela organização do Congado e do Moçambique, reúne também moradores das comunidades quilombolas de Rodrigues e do Sapé. Grupo de Pastorinhas – É um grupo independente, apesar de ser composto pelas mesmas pessoas que participam do Congado e do Moçambique.

Grupo Verde Marinho – Grupo de artesanato local.

Grupo de Roça – Existe há 25 anos. Surgiu a partir da necessidade de 2 (duas) famílias obterem ajuda na alimentação. Oito famílias se juntaram para plantar milho, arroz e feijão. Até hoje a produção é dividida entre os componentes do grupo . Hoje o número de famílias permanece e há uma busca em tornar a produção 100% orgânica.

Casa de Nazaré – Antiga casa de formação de seminaristas, hoje é a casa de irmãs. Atendem todas as comunidades próximas, além comunidade quilombola de Marinhos, incluindo as quilombolas ou não da região localizadas no entorno de Marinhos.

Correios – Serviço bastante valorizado pelos presentes nas reuniões. Antes da instalação desse serviço na comunidade, os moradores precisavam se deslocar até a sede do município (Brumadinho) para postar e receber as correspondências. Em alguns casos, quando recebem correspondências ou encomendas com urgências de entrega , os moradores são comunicados prontamente pelos Correios.

Pastoral da Criança – Atende crianças e gestantes. Trabalha em conjunto com o Programa de Saúde da Família na pesagem das crianças e demais serviços. O grupo manifestou a necessidade de mais voluntários.

Estrela Marinhense Futebol Clube – Time de futebol local.

Grupo de Percussão – Esta é uma iniciativa, na comunidade, do Projeto de Iniciação Musical do Inhotim com financiamento do Ministério do Turismo.

O reconhecimento de Marinhos como comunidade quilombola, aconteceu no último semestre de 2010, em 04 de novembro, através de publicação no DOU- Diário Oficial da União, uma vez que a apenas a comunidade Sapé havia sido reconhecida em 2006.